ROI de WMS: como calcular payback em meses (com planilha)
Investir em um WMS moderno não é apenas uma decisão tecnológica — é um movimento estratégico para ganhar escala, reduzir custos operacionais e aumentar a previsibilidade da operação. Porém, antes de aprovar o investimento, a pergunta que todo gestor faz é: “qual é o ROI e em quanto tempo o sistema se paga?”
A boa notícia é que calcular o ROI de um WMS não precisa ser complexo. Com um modelo simples baseado em três pilares — produtividade, redução de erros e otimização de espaço — é possível chegar a um payback claro, muitas vezes em poucos meses.
1. Entendendo ROI e payback no contexto de armazém
ROI (Return on Investment) mede o retorno financeiro de um investimento em relação ao seu custo.
A fórmula básica é:
ROI (%) = (Ganhos – Custo) / Custo x 100
E o payback é o tempo necessário para que esses ganhos cubram o investimento total.
No cenário de armazém, os ganhos do WMS se concentram em:
- aumento de produtividade das equipes;
- redução de erros de estoque, picking e expedição;
- melhor uso do espaço físico (ocupação).
2. Pilar 1 — Produtividade: mais entregas com a mesma equipe
O WMS elimina tarefas manuais, melhora o roteamento e padroniza processos. O impacto aparece de imediato:
- menos caminhadas desnecessárias;
- picking direcionado e sequenciado;
- conferência automatizada;
- redução de retrabalho.
Um ganho típico vai de 10% a 30% em produtividade.
Como calcular:
Ganho mensal de produtividade = (Horas economizadas x custo/hora)
Exemplo realista:
- 800 horas/mês da equipe do armazém
- ganho de 15% com WMS
- custo/hora = R$ 20
Ganho = 120h x R$ 20 = R$ 2.400/mês
3. Pilar 2 — Redução de erros e retrabalho
Cada erro custa dinheiro: devoluções, multas, paradas e desgaste com o cliente.
Com WMS, a operação passa a registrar todas as movimentações, eliminando lacunas de informação e reduzindo erros operacionais de forma drástica.
Indicadores usuais:
- Erros de picking caem até 90%
- Divergências de estoque saem de 3–5% para <1%
Como calcular:
Ganho mensal com redução de erros = (Erros evitados x custo médio do erro)
Exemplo:
- 60 erros/mês antes
- 10 erros/mês após WMS
- custo médio por erro = R$ 50
Ganho = 50 x R$ 50 = R$ 2.500/mês
4. Pilar 3 — Ocupação de espaço: mais giro com menos m²
O WMS organiza o endereçamento, evita posições vazias e reduz a necessidade de expansão física do armazém.
Impactos diferenciados:
- aumento de utilização de posições;
- redução de estoque “fantasma”;
- eliminação de áreas mal ocupadas.
Como calcular:
Ganho mensal com ocupação = (m² evitados x custo mensal por m²)
Exemplo:
- 100 m² “liberados” pela melhor ocupação
- custo médio R$ 15/m²
Ganho = 100 x R$ 15 = R$ 1.500/mês
5. Consolidando o ROI: modelo simples
Somando os três pilares:
- produtividade: R$ 2.400/mês
- redução de erros: R$ 2.500/mês
- ocupação: R$ 1.500/mês
Total ganho mensal = R$ 6.400/mês
Se o custo do WMS é R$ 18.000 no primeiro ano (licença + implantação) e R$ 2.000/mês de mensalidade, o cálculo é simples:
Payback:
Payback = Custo total / Ganho mensalPayback = (18.000 + 2.000) / 6.400 ≈ 3,1 meses
Ou seja, o investimento se paga em cerca de 3 meses.
6. Modelo em planilha (estrutura sugerida)
Organize sua análise em quatro abas:
- Input
- número de operadores
- horas/mês
- custo/hora
- erros/mês
- custo/erro
- custo do m²
- custo WMS
- Produtividade
- cálculo de horas economizadas
- valor financeiro
- Erros
- comparação antes x depois
- ganhos mensais
- Ocupação
- área utilizada antes x depois
- ganhos mensais
- Resumo
- total dos ganhos
- ROI (%)
- payback (meses)
O WMS não é um custo — é um acelerador operacional. Quando analisado pelos pilares corretos, o retorno financeiro se torna evidente: mais produtividade, menos erros e uso inteligente do espaço. Em muitas operações, o payback acontece entre 2 e 6 meses, dependendo da estrutura e maturidade do armazém.